Tem um momento na carreira em que não sabemos mais o que queremos, parece que as coisas que antes faziam sentido já não fazem mais. Algumas vezes até mudamos de empresa achando que o problema está lá. Mas boom! E aí vem a surpresa, aquele desconforto que estávamos sentindo na empresa anterior se repete e aí começamos a desconfiar que o problema não era a empresa, e sim nós mesmos.

Pode ser que algumas pessoas antes amassem o que faziam e hoje já não vejam mais sentido; que outras pessoas nunca tenham gostado muito do seu trabalho, mas de alguma maneira achavam que poderiam seguir em frente, empurrando com a barriga; que simplesmente tiveram que “decidir” o que fazer e não tenham certeza de qual é a melhor opção.

Algum tempo atrás as carreiras eram definidas já no começo da vida adulta, era um tanto quanto determinado ‘se eu comecei fazendo X vou me aposentar fazendo X’. Esse pensamento ainda é muito forte para algumas gerações… Com frequência ouço alguns amigos e coachees comentando:

“Minha mãe diz que eu tenho que seguir a carreira pública para ter estabilidade”

“Meu pai disse que não posso largar meu emprego atual por que ele é muito bom e não posso trocar o certo pelo duvidoso”

“Você já está muito velha para iniciar outra carreira”

“É assim mesmo, nem sempre você vai fazer o que você gosta, o importante é ter uma vida estável e fazer o que gosta nos fins de semana!”

… e terminam contando que simplesmente seus pais, tios, parentes “não os entendem”. Que atire a primeira pedra aquele que nunca sentiu um frio na barriga pelo amigo ou conhecido que estava largando tudo para seguir uma carreira nova.

Bem, um estudo recente mostrou que cerca de 80% das pessoas estão insatisfeitas no seu atual emprego. Quando li isso fiquei assustada, como pode tanta gente viver insatisfeita, fazendo algo que toma tanto tempo do seu dia a dia?!

A razão que ‘prende’ as pessoas em seus empregos podem ser as mais diversas, desde contas para pagar, família para manter, medo de arriscar, incerteza do que fazer e por aí vai. Afinal, o que vão dizer de mim se eu largar meu emprego que ‘paga bem’ pela incerteza de arriscar abrindo uma nova empresa? E se eu decidir não fazer a faculdade de medicina só por que é bem remunerada e decidir ser professora? E se eu quiser largar o “certo” pela vontade de fazer a diferença no mundo? E se eu decidir depois de muitos anos fazendo as mesmas coisas todos os dias, simplesmente mudar?

E se, e se, e se…

Eu não julgo essas pessoas e suas razões, afinal, somos todos humanos, cheios de dúvidas e medos, e cada um deve respeitar seus limites. Aliás, conhecer seus limites já é um grande passo.

Agora, se você foi fisgado pelo incomodo na carreira, da vontade de fazer diferente e seguir um propósito, te adianto que o primeiro passo você já deu, afinal você quer sair da inércia em que estava até então. Aí você se pergunta: ok, onde eu estou não está bom, mas vou sair para fazer o que? De uma maneira simples te digo que a resposta já está em você. Certamente será preciso investigar um pouco, Seguem algumas dicas de por onde você pode começar:

  • Comece sendo curioso sobre você, o que gosta, não gosta fazer (não só profissionalmente, mas no seu dia a dia).
  • Se pergunte e pergunte às pessoas próximas de você o que você faz bem, o que é um talento natural seu, você pode se surpreender com as respostas.
  • Pense sobre seus valores, aqueles que você não abre mão.
  • Pesquise sobre todas as profissões que você pensou em atuar e sobre o mercado de trabalho.
  • Seja criativo em ver oportunidade de criar algo novo onde aparentemente há um problema.
  • Não tenha medo de abrir seu leque de opções e nem pressa em tomar uma decisão.

Essas são só algumas ferramentas que você pode usar para pesquisar sobre você e sua carreira. Se depois de juntar tudo você ainda tiver dúvida, procure por um profissional que pode te guiar nessa jornada.

E lembre-se, para começar a caminhada basta dar o primeiro passo, só depende de você 🙂

Boa sorte!